GT 1 – Neoliberalismo: o novo espírito do capitalismo? (coordenação: Ludmila Moreira Lima)

Ementa: “Neoliberalismo” é um termo cujas abordagens estão em constante reformulação, disputa e produção conceitual, revelando atravessamentos, consensos e dissensos quanto a seus pilares e à percepção de sua irradiação nas sociedades contemporâneas. Na encruzilhada dos debates mais amplos transcorridos na esfera pública ou inseridos na produção de conhecimento entende-se que estamos diante de uma filosofia político-econômica, ou de uma ideologia e, ou, simultaneamente, sob os efeitos da reconfiguração da acumulação capitalista que irrompe nos finais do século XX e se expande até agora, engendrando um ‘novo modo de existência’ assegurado por uma ‘determinada racionalidade’, cujos impactos atingem indivíduos, sociedades, esferas estatais e geopolíticas. Tal como um ‘colonialismo disciplinar’ e de capilaridade inesgotável, o Neoliberalismo vem instaurando uma ‘nova razão da desigualdade’, ancorada na naturalização de que ‘ser mais livre em um mundo cada vez mais desigual’ compensaria quaisquer adversidades e perda de direitos. Daí a perspectiva de que a compreensão do Neoliberalismo deva partir de uma chave que o considera também como uma racionalidade inspiradora de um ‘novo espírito’ que se objetiva e subjetiva por meio de normas e discursos que ‘agem sobre o mundo’, pautando ações político-econômicas, governamentais, empresariais, sociais e individuais que busquem responder às novas exigências do capitalismo contemporâneo.

Esse GT pretende acolher estudos que tematizem os impactos do Neoliberalismo em diversas dimensões, seja no campo da produção do conhecimento, seja no que se refere à reprodução da vida individual e social, à subjetivação, às relações de trabalho e à atuação do Estado e da governabilidade neoliberal. Serão igualmente acolhidos trabalhos que se debrucem sobre múltiplas formas de resistência ao Neoliberalismo, incluindo ações políticas (partidárias, de movimentos sociais, coletivos e engajamentos pautados por solidariedades associativas) que não só reconheçam e questionem as dinâmicas neoliberais em diferentes dimensões e composições, como também apontem para enfrentá-las ou driblar seus efeitos.

GT 2 – Justiça ambiental (coordenação: Fernando Lannes Fernandes)

Ementa: Um dos grandes desafios contemporâneos diz respeito ao impacto das mudanças climáticas junto a populações vivendo em contextos de vulnerabilidade socioambiental. Há que se reconhecer os impactos negativos da mudança climática em territórios e contextos de vida marcados por múltiplas violências. Todavia, se faz também necessário reconhecer as potências dos processos de resistência que ocorrem em diversas escalas da vida cotidiana. Este GT tem como proposito discutir o tema sob o prisma das periferias urbanas, e receberá trabalhos que busquem articular os desafios da mudança climática e as respostas desenvolvidas por sujeitos periféricos, em particular no que tange as suas interseccionalidades.